terça-feira, 10 de maio de 2011

Barrados no Baile



Creio que nesta quinta-feira poderemos ter uma boa amostra do que nos aguarda num futuro bem próximo, no Brasileirão, em termos de público e força das arquibancadas. Sem qualquer dúvida, será um dos jogos mais importantes da história azurra, que já dura quase 1 século. Estamos brigando por um título importantíssimo, uma glória até pouco tempo atrás nem sonhada por nós avaianos. 

Era de se esperar uma mobilização gigante por parte da nossa diretoria, no intuito de literalmente entupir o estádio de gente, sejam sócios ou não. Sabemos que nessas condições o Avaí é imbatível, mesmo jogando contra equipes muito maiores, e exemplos disso não nos faltam. A impressão que dá é que a importância dos torcedores numa decisão (sim, para nós é uma decisão) não está sendo levada muito em consideração. Criaram uma promoção que foi feita para não funcionar, com ingressos mais baratos sendo vendidos somente através dos sócios. Não é cômoda nem para os sócios e muito menos para os não-sócios. Será que preferem lugares vazios aos torcedores não associados? Não vejo explicação. Medo de quê? De vaias? De tumulto? Medo que os sócios abandonem seus planos? 

Me associei ao Avaí faz pouco tempo, pois não aguentava mais ter que ficar de fora do estádio. Pretendo agora estar sempre lá dentro vendo meu time de perto, com sol escaldante ou chuva gelada na cabeça, salvo motivos de força maior. Mas já estive no outro lado, o lado daqueles que são barrados através de ingressos com preços surreais. Muita gente não se associa porque tem motivos para isso. Ou a renda não é suficiente, ou suas profissões não permitem que sejam torcedores assíduos, ou moram longe, ou diversos outros fatores. Mas muitos deles são tão ou mais avaianos que muitos sócios, e poderiam contribuir com o clube. Fazendo um cálculo rápido, o ingresso mais barato custa 50 reais. Estacionamento, 10. Gasolina, uns 20. Se eu inventar de tomar 2 cervejas, mais 10. Só aí já são 90 reais. Isso no setor mais barato do estádio, que tem poucos ingressos à venda, e caso eu esteja desacompanhado. É muito difícil alguém gastar menos que isso. Resultado: estádio vazio e time desmotivado. Estamos no Brasil, não na Europa. 

Reconheço que existe uma tendência mundial de elitização dos estádios, mas por aqui há um exagero muito grande. Pesquisem sobre os valores cobrados em outros estádios. Será que alguém acha que a Ressacada é mais moderna que o João Havelange ou que o Morumbi? Ou que a torcida do Avaí possui mais milionários que o Botafogo ou o São Paulo, situados em cidades infinitamente maiores que Florianópolis? Mas por lá foi possível assistir a jogos da Copa do Brasil por valores muito menores. Quem tiver curiosidade em relembrar os valores cobrados por lá, clique aqui e aqui. Se tivéssemos valores ao menos parecidos, a Ressacada seria o próprio inferno para os times visitantes.

No meu entender, seria mais interessante um ingresso mais barato, mas comprado por um número maior de torcedores. Como sócio, não me sentiria nem um pouco chateado ou desprestigiado. Quinta-feira seria uma oportunidade sensacional para testarem uma redução no valor dos ingressos, e essa reclamação da torcida vem de muito tempo. Devolvam o Avaí para o povo, e o povo para o Avaí. De sobra, poderiam ganhar muito mais dinheiro avançando de fase na competição.

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